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(dir) A morte é um dia que vale a pena viver

A morte é um dia que vale a pena viver

por Dra. Ana Claudia Quintana Arantes

A autora é médica e uma das maiores referências no país sobre Cuidados Paliativos. Caso ainda não tenha ouvido falar sobre Cuidados Paliativos, são ações realizadas para melhorar a qualidade de vida de pacientes e suas famílias frente a uma doença que possa ameaçar a vida. Depois de ler esse livro, acho que todo ser humano deveria ter o direito a Cuidados Paliativos ao enfrentar uma situação de tamanha fragilidade como essa.
Nesse livro, sua abordagem sobre a finitude é brilhante. Para ela, a morte não deveria assustar as pessoas, já que todos nós devemos ter consciência de que iremos morrer um dia. Mas o que é mais triste é que a grande maioria das pessoas chega ao final de suas vidas sem aproveitá-la e, geralmente, é nesse momento que, muitas vezes, o arrependimento por algo não feito, não falado, não perdoado vem à tona. Com a proximidade do fim, as pessoas percebem que não usaram o “seu tempo” da maneira como gostariam. Ela enfatiza que o contrário da morte não é a vida e sim o nascimento. A vida é tudo aquilo que construímos nesse intervalo. Acho essa percepção maravilhosa.
O recado é contundente: vamos viver da melhor forma, vamos amar o máximo que conseguirmos, vamos aproveitar cada dia da melhor forma possível, sem medos e amarguras, vamos ampliar a forma como encaramos a morte e, assim, enfrentar nossa finitude como um processo natural da nossa caminhada. Quando perdemos uma pessoa amada, ela certamente permanecerá dentro de nós. E será essa lembrança de amor, alegria, força e sentido da vida que irá valorizar a relação existente e fará com que possamos enfrentar, suportar e vencer a dor.
Livro recheado de extrema sensibilidade e muita sabedoria. Lindo, lindo!!! Recomendo.

“O que separa o nascimento da morte é o TEMPO. A vida é o que fazemos dentro desse tempo; é a nossa experiência. Quando passamos a vida esperando pelo fim do dia, pelo fim de semana, pelas férias, pelo fim do ano, pela aposentadoria, estamos torcendo para que o dia da nossa morte se aproxime mais rápido. O tempo corre em ritmo constante. A vida acontece todo dia, e poucas vezes as pessoas parecem se dar conta disso.”