Envelhecer
Olho para a minha mão e vejo pequenas marcas na pele que já demonstram sinais do tempo.
As veias delicadamente esverdeadas se sobressaem e um leve quadriculado semelhante a uma colméia tece a pele já não tão nutrida.
São sinais de um tempo vivido, com experiências boas e outras nem tanto.
50 anos.
Não poderia querer que fosse diferente. A idade chega e com ela, seus sinais.
Não são só sinais físicos. Há os emocionais, os espirituais e também os pensamentos divergentes que ocupam a mente.
A forma de enxergar o mundo se altera.
Muitos aspectos se transformam, nossos julgamentos parecem destoar do que vinha sendo até então.
Seriam desencontros?
Talvez desencontros da alma.
De uma alma que estava acostumada a buscar sempre o mesmo, o rotineiro, o cotidiano, quando tudo era feito de maneira automática.
Aquilo que fazia parte do dia a dia parece não mais se encaixar.
E esta nova fase se transmuta numa incessante busca pelo novo. E esse novo olhar acaba por refrescar os ânimos e dar um fôlego à vida já tão cansada da mesmice.
Contudo, o importante é que a essência da alma se mantém.
Está preservada.
E essa simbiose surge como uma renovação da vida.
Que assim seja!